Foto: Divulgação/Meia Maratona do Sol |
O juiz Marcus Vinícius Pereira Júnior viveu uma experiência inesperada no último sábado, durante a primeira edição da Meia Maratona do Sol, em Natal. Preparado para correr a prova dos 10 km, ele foi desafiado a correr os 21 km e não titubeou, principalmente por se tratar de uma boa causa. Pouco antes da largada, quando estava na fila para utilizar o banheiro, Marcus foi abordado por um atleta cego com um pedido inusitado: "Você pode ser meu guia?". Foi o primeiro contato entre eles.
O convite partiu do goiano Francisco Lima de Souza, de 57 anos. O atleta havia encarado uma viagem de 48 horas, de ônibus, saindo de Goiás e, mesmo sem seu guia, fez questão de comparecer à Meia do Sol. Para correr, porém, precisava de um companheiro. Marcus só corre há um ano e participa do grupo de corrida Guerreiros do Sertão, em Currais Novos, onde reside. Mesmo habituado aos 10 km e inscrito em uma categoria inferior, o magistrado aceitou o desafio do novo amigo e conseguiu correr os 21 km.
Foto: Arquivo pessoal |
- Pouco antes da largada, estávamos na fila para o banheiro e, após ouvir minha voz, ele me perguntou se eu poderia ser guia. Achei estranho. Quando lhe perguntei qual prova ele correria, Francisco informou que participaria dos 21 km. Senti que não podia deixá-lo na mão, juntei minhas forças com as dele e fomos até o fim. Foi a primeira vez que fiz os 21 km e foi emocionante, principalmente por conhecer uma pessoa espetacular que, sem a visão, conseguiu me apresentar muitas lições, mostrando que nossa vida é curta e que temos que valorizar cada segundo - contou o juiz da Vara Cível da Comarca de Currais Novos.
Com a ajuda de Marcus, Francisco conseguiu chegar em terceiro lugar na categoria Portadores de Necessidades Especiais (PNE), após terminar a prova em 2h04min. Na experiência como guia, o juiz também observou que a categoria precisa receber um pouco mais de atenção. Ele lembra que os dois primeiros colocados tinham outras deficiências, mas enxergavam.
- O evento não estava preparado para receber todos os tipos de pessoas portadoras de necessidades especiais. A organização não percebia que Francisco era cego, o que dificultava, por exemplo, na entrega de água. Além disso, seria ideal que houvesse premiação em dinheiro para esta categoria até para estimular a participação de outros deficientes - comenta Marcus.
LINK DA MATÉRIA: http://globoesporte.globo.com/rn/noticia/2014/11/juiz-conhece-atleta-cego-antes-de-largada-e-vira-guia-em-meia-maratona.html
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FONTE: GloboEsporte.com/RN
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