“Não devemos olhar somente para quanto uma pessoa corre, e sim também para o quanto ela descansa”. Essa frase foi dita no Simpósio Internacional de Corrida, que aconteceu no Canadá este ano, com participação de vários dos principais grupos de pesquisa em corrida ao redor do mundo.
Quanto você descansa? Quanto tempo de descanso você tira após uma prova ou treino longo? Qual o tamanho do seu tempo de descanso em relação ao seu tempo de treinamentos?
Essas perguntas são essenciais porque a maioria das lesões na corrida acontece devido à sobrecarga, o que significa que o corpo está sendo submetido a uma carga que ele não é capaz de suportar ou que ele não está tendo o tempo necessário para se recuperar de cargas repetidas.
Muito se discute sobre o papel da biomecânica, impacto, pisada e tênis na geração de sobrecarga, mas hoje outro tópico vêm ganhando força e se mostrando muito importante para o aparecimento de lesão em corredores: fatores comportamentais e psicológicos.
Você pode ter a pisada perfeita, correr de uma forma biomecanicamente favorável, usar o tênis com a melhor tecnologia do mercado e ter grande força muscular. Nada disso pode ser suficiente para te proteger de lesões se você não der um tempo de recuperação para seu corpo após altas cargas repetidas.
Alguns atletas profissionais já deram entrevistas falando que a rotina de treinos e competições sem um período adequado de descanso foi o principal motivo de suas aposentadorias precoces.
Mas e você, que tem no esporte uma forma de prazer e qualidade de vida, e não uma profissão, vai querer parar precocemente? Convivo com muitos corredores e percebo que hoje no Brasil existe uma certa pressão velada para se correr cada vez maiores distâncias e certo grau de desinformação a respeito do volume detreinamento saudável, aliado a um importante componente psicológico de ansiedade ao ter ficar algum tempo sem correr.
Vários corredores se intitulam “viciados em corrida”. Mas será que um vício, mesmo em uma coisa a princípio saudável, é bom? Isso é um tópico muito presente e muito sério hoje entre os corredores, e merece a atenção de profissionais da área.
Quanto é necessário descansar? Isso depende da carga que está sendo imposta ao seu corpo e de sua capacidade de suportá-la. Um profissional de educação física é uma das melhores pessoas a te orientar isso. A outra pessoa é você mesmo.
Se o corpo está cansado e sentindo, mas a “cabeça quer correr”, tente obedecer seu corpo. É uma escolha: descansar um pouco agora e continuar correndo por muitos anos, ou treinar de domingo a domingo na juventude e ter que pendurar os tênis precocemente.
FONTE: Eu Atleta
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