Foto: Diego Hervani |
Após 20 anos, a Federação Norte-rio-grandense de Futsal
terá um novo presidente. O atual gestor, Clóvis Gomes, vai apresentar a carta
de renúncia em Assembleia Geral Extraordinária, marcada para o dia 30 de abril.
Com poucos incentivos de entidades públicas e privadas, além da ausência do
repasse financeiro promovido mensalmente pela Confederação Brasileira de
Futebol de Salão, que chega ao 19º mês, Clóvis viu que era hora de abandonar o
barco. O dirigente disse estar "cansado" por todo o período em que
dirigiu a federação e espera que haja uma renovação, principalmente, de ideias
e de pessoas. Quem assume o cargo até o final do ano, de forma interina, é o
vice-presidente Hideraldo Santos, quando será convocado um novo pleito em
janeiro do próximo ano, para o quadriênio 2016-2019.
Clóvis
esteve à frente do futsal potiguar nos principais momentos do esporte no
estado, como no vice-campeonato do ABC/Art&C na Taça Brasil de 2006, e o
título do Alecrim/Serra de São Bento, de forma invicta, na divisão de acesso da
Taça Brasil, em 2013.
- Saio no
dia 30 deste mês. Eu fui presidente por seis anos, num primeiro mandato, e
voltei em 2001. Estou há quase 20 anos no cargo e já estou cansado. Meu ciclo
acabou. Acho que dei a minha contribuição. Eu já passei esse tempo todo
inteiro. É salutar colocar mais gente, principalmente com espírito novo, com
novas ideias para erguer a federação - falou Clóvis Gomes.
A crise
na CBFS, após a renúncia de Aécio de Borba Vasconcelos, que estava no cargo
desde 1979, atingiu todas as federações. Com a reprovação das contas e as
acusações de corrupção e nepotismo na entidade, o contrato de patrocínio com
uma empresa estatal foi extinto e as federações amargaram prejuízos. Sem
dinheiro, competições regionais e locais foram suspensas e clubes importantes
do estado abandonaram o futsal.
Foto: Divulgação/CBFS |
- O
repasse que nos era enviado variava de acordo com o ranking nacional. As
federações pequenas recebiam R$ 3 mil, as médias R$ 4 mil e as grandes R$ 5
mil. Mas, o que onerava o nosso orçamento eram os custeios das equipes
potiguares em competições nacionais, como por exemplo, uma competição na região
Sul do país, que custava em torno de R$ 50 mil. Esse valor estava incluso o
pagamento das 18 passagens - entre atletas, técnicos e auxiliares -,
hospedagens e alimentação - contou.
Clóvis
integrou uma comissão que avaliou as contas do ex-presidente Aécio de Borba
Vasconcelos, ao lado dos presidentes da federações mineira - Marcos Madeira - e
cearense - Sílvio Carlos Vieira Lima. Os três reprovaram as contas da CBFS e
mudaram os rumos da entidade. A investidura de Renan Tavares ao cargo de
presidente foi reprimida pelo restante do grupo, após um boicote das federações
que desaprovaram a nomeação de Louise Bedé, remanescente da gestão de Aécio
Borba de Vasconcelos, ao cargo de vice-presidente de competições. Por aclamação, Marcos Madeira,
então presidente da federação mineira, foi eleito em março deste ano para um
mandato de quatro anos na CBFS.
- Estive na última reunião para fazermos uma auditoria na Confederação. Fizemos (RN, CE e MG) um relatório e não aprovamos as contas da Confederação, por isso houve a renúncia do presidente. Como Renan Tavares também era da mesma chapa e fez alguns conchavos, as outras federações se rebelaram e ficamos sem presidente e, consequentemente, sem patrocínio. Com a aclamação do novo presidente, esperamos que haja uma melhora no esporte. Acredito que daqui a uns 50 dias, a situação esteja normalizada e o futsal brasileiro volte a ser o que era - revelou.
- Estive na última reunião para fazermos uma auditoria na Confederação. Fizemos (RN, CE e MG) um relatório e não aprovamos as contas da Confederação, por isso houve a renúncia do presidente. Como Renan Tavares também era da mesma chapa e fez alguns conchavos, as outras federações se rebelaram e ficamos sem presidente e, consequentemente, sem patrocínio. Com a aclamação do novo presidente, esperamos que haja uma melhora no esporte. Acredito que daqui a uns 50 dias, a situação esteja normalizada e o futsal brasileiro volte a ser o que era - revelou.
SEM INVESTIMENTO NO RN
Diferente do futebol, onde os dois principais clubes do estado, ABC e
América-RN, participam do Campeonato Potiguar, a ausência no futsal é sentida
há vários anos. Clóvis destaca que as equipes são formadas apenas quando um
empresário se interessa em patrocinar o clube, mas não consegue dar sequência
ao projeto. O dirigente citou o técnico Arturzinho, do América-RN, que se
dedicou ao trabalho no alvirrubro com "dinheiro do próprio bolso". No
ABC, o auge do clube no futsal foi em 2006, por meio de uma parceria com uma
agência de propaganda.
- Tínhamos investidores nos nossos principais clubes. No ABC, uma empresa de
propaganda montou um dos melhores times de futsal do país, que lotava o antigo
ginásio Machadinho e chegou ao vice-campeonato da Taça Brasil. No América-RN, a
figura de Artur Ferreira, o grande Arturinho, que ergueu por vários anos o
futsal no clube, tirando dinheiro do próprio bolso. Eu lamento que isso tenha
acontecido e que não haja mais investimento no futsal do RN - criticou.
Foto: Ivanizio Ramos |
- Nos
últimos anos, sem ABC e América-RN, o esporte perdeu motivação e visibilidade
no estado. O esporte ficou muito caro, e 95% das equipes são do interior, com a
ajuda das prefeituras. Por exemplo, a prefeitura de São Gonçalo do Amarante tem
orçamento maior do que a própria Secretaria Estadual de Esporte. Temos ainda
equipes em Assú, Macau e Alto do Rodrigues. A federação também implantou
competições das categorias de base, como sub-9, sub-11, sub-13 e sub-15 -
declarou.
FONTE: GloboEsporte.com/RN
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