Para quem
acompanhou o futebol ainda romântico e total dos anos 1970 ao vivo, em vídeos
ou até pelo Canal 100, a imagem era clássica. Inesquecível. Bola pelo lado
esquerdo. Seja na seleção brasileira, onde foi o craque da Copa de
1974. Seja
no Botafogo, camisa que mais vestiu e exibiu sua técnica.
Seja na terceira versão da máquina do Fluminense, em 1977. Seja no São Paulo, onde foi campeão paulista. Seja no
americano Cosmos de
Pelé, Beckenbauer, Carlos Alberto. Seja no ABC, onde
deu os primeiros passos, era comum ver as arrancadas de Francisco das Chagas
Marinho.
O Marinho Chagas. O Marinho Bruxa, como era
carinhosamente chamado. Aquele dos longos cabelos louros que balançavam ao
vento à medida que dava velocidade às jogadas. Pinta de playboy, usava uma
pulseirinha preta no pulso e tinha um canhão, mas um tremendo canhão na perna
direita. Era lateral-esquerdo, mas era destro. E tinha também um furor
incansável pelo ataque. Foi um dos que melhor souberam avançar da defesa.
Na Copa de
1974, onde figurou na seleção dos melhores, não teve medo do carrossel holandês
de Cruyff & Cia. O Brasil foi eliminado, mas o lateral não queria saber de
censura. Partiu em direção ao gol até o fim do jogo, e teve até problemas com o
goleiro Emerson Leão por conta disso. Marinho era tão ousado que, na estreia
pelo Botafogo, jura ter tido personalidade suficiente para dar chapéu em Pelé.
Pois bem. Marinho Chagas, que também teve problemas sérios com o álcool depois
que parou de jogar, está completando
nesta segunda-feira 01/06/15, um ano do seu falecimento.
Texto postado no GloboEsporte.com no dia do seu falecimento.
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