Os
números distantes do ataque do ABC no Campeonato Potiguar ofuscaram de certa
forma a sólida defesa apresentada pelo time durante a competição e roubaram os
holofotes das estatísticas. Enquanto na parte ofensiva foram 40 gols marcados
em 20 jogos, praticamente o dobro dos segundos colocados, o Globo FC e o
Potiguar de Mossoró, com 21 gols, a defesa alvinegra sofreu apenas 16 gols. O
número não é o menor, porque o Globo FC sofreu apenas 14 gols em 18 jogos, mas
representa a força do Mais Querido em todos os setores do campo. A
representação da solidez é sobretudo a dupla formada por Oswaldo e Cleiton,
titulares na maior parte do estadual.
O
Mais Querido sofreu apenas cinco gols na competição quando Oswaldo e Cleiton
estiveram na equipe inicial, em 10 jogos. Com outra formação, são 11 gols
sofridos também em 10 jogos. No início, a dupla de zagueiros titular era
formada por Léo Fortunato e Cleiton, mas a lesão retirou Fortunato dos
gramados. O ABC também chegou a atuar com Tiago Sala e Cleiton, Tonhão e Tiago
Sala, Márcio Passos e Cleiton, e Oswaldo e Tiago Sala.
A
consumação da força defensiva foi comprovada na decisão do campeonato contra o
Globo FC, sobretudo no Frasqueirão. O ABC não produziu ofensivamente tanto
quanto no primeiro jogo e sofreu a pressão da Águia, que precisava marcar para
levar a decisão para os pênaltis, mas se portou muito bem na zaga. Depois do
apito final, com o título em mãos, o zagueiro Cleiton elogiou a sintonia com o
companheiro.
- Eu
acho que o professor Geninho dentro dessa semana que a gente teve para
enfrentar o Globo puxou muito a nossa orelha para não cair no pensamento que a
defesa está bem (e relaxar). O nosso companheiro Léo Fortunato se machucou e o
Oswaldo entrou e mostrou para que veio. Quando a gente assina contrato, a gente
não assina para ser titular. A gente tem que buscar espaço e agarrar a oportunidade
quando ela aparecer - declarou Cleiton.
Oswaldo
chegou ao ABC por empréstimo do Sport em 27 de janeiro para cobrir a vaga
deixada por Léo Fortunato ao se lesionar. Tiago Sala, que joga pelo lado
esquerdo da zaga, e o volante Márcio Passos eram opções improvisadas para o
setor. Com os constantes desfalques de Fortunato, Oswaldo conquistou o espaço e
a confiança de Geninho.
A
primeira vez que atuou junto com Cleiton no estadual foi no primeiro jogo da
final do primeiro turno, quando o ABC empatou com o Globo FC por 1 a 1. No jogo
seguinte, onde a Águia venceu o Alvinegro por 2 a 0, a zaga foi formada por Léo
Fortunato, que voltava de lesão naquele jogo, e Cleiton. Desde então, a dupla
Oswaldo-Cleiton só não foi titular na competição em dois jogos: na derrota por
3 a 2 contra o Potiguar de Mossoró, na sexta rodada do returno, e na vitória
por 2 a 1 contra o mesmo time, no segundo jogo da final do segundo turno,
quando Cleiton estava lesionado.
A
dupla não se restringiu à segurança defensiva, mas também foi importante para o
ataque alvinegro. Uma das principais armas utilizadas pelo clube no estadual
foi a ligação direta, a partir dos dois zagueiros. O exemplo mais recente foi o
gol de Gegê contra o Potiguar de Mossoró, no primeiro jogo da final do returno,
que surgiu a partir de um chute de Oswaldo. Cleiton também se destaca pela
força do chute nas cobranças de falta e fez um gol no clássico contra o
América-RN.
- Eu
acho que (a parceria com Cleiton) foi crescendo de acordo com os jogos, porque
fui pegando ritmo de jogo e isso é importante para cada atleta. Eu cresci, me
adaptei melhor ao clube e ao estilo de jogo do Geninho e graças a Deus terminei
o campeonato bem - disse Oswaldo, capitão do ABC na final contra o Globo FC.
Capitão
improvável
O
zagueiro Oswaldo chegou por empréstimo para suprir a vaga de Léo Fortunato, mas
o desfecho no estadual o colocou com a braçadeira de capitão na final contra o
Globo FC. Fortunato era o xerife inicial, mas perdeu o posto para o volante
Márcio Passos quando se lesionou. No segundo jogo da final do returno, contra o
Potiguar de Mossoró, Márcio sofreu uma entorse no joelho e a tarefa de ser
capitão alvinegro acabou nas mãos do zagueiro de 24 anos, "cria" de
Geninho no Sport. Depois da conquista do primeiro título com a camisa
alvinegra, Oswaldo enalteceu a oportunidade e a felicidade de levantar a taça.
-
Orgulho demais. Tem que ter orgulho. Eu dou graças a Deus por ele estar
proporcionando isso e é só felicidade - festejou.
FONTE : GloboEsporte.com/RN
Nenhum comentário:
Postar um comentário